Projeto gera oportunidades de renda e de formação para indígenas

Ações aprimoraram gestão de 2 milhões de hectares de Terras Indígenas no Maranhão

Abril, 2023 – O projeto Gestão Ambiental e Territorial Integrada de Terras Indígenas na Amazônia Oriental beneficiou cerca de 3.500 indígenas com novas oportunidades de geração de renda. Também trabalhou com 300 alunos que participaram de cursos de formação, cujos processos de reflexão desencadeiam ações coletivas de gestão territorial, de forma contínua e crescente. 

Desde 2019, mais de dois milhões de hectares de Terras Indígenas (TIs) tiveram a gestão aprimorada. Esses resultados foram apresentados durante reunião de avaliação e encerramento do programa, realizada nos dias 21 e 22 de março, no município de Imperatriz (MA). Estiveram no encontro representantes de todas as instituições indígenas e indigenistas envolvidos, que elencaram prioridades e estratégias a serem mantidas na gestão ambiental e territorial integrada das TIs no Maranhão e no norte do Tocantins.

O projeto, que contou com o apoio da USAID/Brasil, foi realizado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), juntamente com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Teve a parceria das organizações indígenas Associação Wyty Catë das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins, Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão  (COAPIMA) e Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA). 

Ao longo de pouco mais de três anos, o projeto contribuiu com a elaboração e implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs); deu continuidade à formação de Agentes Ambientais Indígenas e ajudou a fomentar pequenos projetos comunitários de conservação, reprodução sociocultural e geração de renda.

Outros avanços obtidos foram a maior participação das mulheres indígenas em cursos, reuniões, expedições e encontros realizados por elas e para elas, trazendo assim suas perspectivas para a conservação socioambiental, e o fortalecimento técnico e político das organizações parceiras. 

As ações foram desenvolvidas para atender demandas dos povos Timbira (Apanjekrá Canela, Apinajé, Gavião, Ka’apor, Krahô, Krikati, Memortumré Canela) e Guajajara (Tenetehara). Trabalharam diretamente com 12 TIs – Apinajé e Kraholândia, no estado do Tocantins; Alto Turiaçu, Araribóia, Bacurizinho, Cana Brava, Caru, Governador, Kanela, Krikati, Porquinhos e Rio Pindaré. 

Houve ainda um trabalho com a juventude, com resultados promissores, especialmente no Curso de Formação de Comunicadores Indígenas do Maranhão e do Norte do Tocantins, do qual participaram 40 estudantes indígenas, incluindo 17 mulheres. 

A formação foi dividida em quatro módulos: protagonismo indígena; introdução à fotografia; introdução à produção audiovisual; e introdução ao design gráfico para redes sociais. As aulas aconteceram de forma presencial e online, e todos os alunos receberam equipamentos para realizarem suas próprias produções (conheça mais aqui)

Ensino a distância - Para enfrentar as dificuldades geradas pelo isolamento durante a pandemia de COVID-19, entre 2020 e início de 2021, o projeto realizou um curso a distância. Este foi um importante componente para apoiar os beneficiários durante este período difícil. 

Chamado de Pryyhrejara/Wiràmiri - Gestão Ambiental e Territorial de TIs, o curso foi validado e considerado de extensão pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Teve a participação de alunos indígenas de outras comunidades e de não indígenas engajados em movimentos sociais e no poder público. 

Neste período, foram oferecidos conteúdos para uma formação básica sobre a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental (PNGATI) e outros temas associados à gestão territorial e ambiental sustentável de territórios, incluindo o direito à terra dos povos indígenas e mudanças climáticas.  

Durante o seminário presencial de encerramento, os cursistas deram depoimentos sobre a importância do curso em suas trajetórias (assista abaixo). 

De acordo com a responsável pelo monitoramento do projeto, Pollyana Mendonça, todos os desafios que a pandemia impôs acabaram impulsionando o ajuste das ações de forma que os objetivos originais foram cumpridos e agregados novos resultados. 

“A amplitude dos resultados vai desde as melhorias diretas nas aldeias e agilidade de execução das ações até a gestão ampla dos territórios, para além dos limites das Terras Indígenas, a partir dos diagnósticos socioambientais realizados”, completa.