Comunicadores indígenas colocam suas habilidades à prova
Março, 2023 - Jovens comunicadores indígenas usaram seus novos talentos em uma das primeiras atividades em campo, acompanhando e registrando neste mês o 5º Encontro da Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (Amima) e a 6ª Assembleia da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima).
Eles fazem parte de um grupo de 40 jovens que esteve em janeiro na etapa presencial do curso de formação de comunicação, representando 12 Terras Indígenas (TIs) do Maranhão e do norte do Tocantins dos povos Guajajara, Gavião, Tembé, Ka’apor, Memortumré-Kanela e Apanjekrá-Kanela, Krikati, Krahô e Apinajé.
A formação, que ainda tem etapas online, é uma realização da Coapima juntamente com a Amima e a Associação Indígena Timbira Wyty-Catë, em parceria com o Centro de Trabalho Indigenista (CTI) e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), com o apoio da USAID/Brasil no âmbito do projeto “Gestão Ambiental e Territorial Integrada de Terras Indígenas na Amazônia Oriental” (leia mais aqui).
Durante quatro dias, cerca de 500 representantes e lideranças indígenas se reuniram na aldeia São José, na TI Krikati. Foram realizadas as eleições das coordenações da Amima e da Coapima para o triênio 2023-2026.
Nos últimos anos, a Amima se tornou um importante espaço para o avanço nas pautas das mulheres indígenas e para a formação de novas lideranças no estado do Maranhão. “Foi uma experiência que praticamente correspondeu a uma faculdade para mim. O movimento indígena me ensinou muito, me fortaleceu na comunidade, onde eu não tinha voz e hoje tenho”, diz Ruth Canela, membro da coordenação na última gestão da Amima.
Pautas - Na assembleia da Coapima, além da atualização do estatuto – importante para atender demandas da organização – foram eleitas Marcilene Guajajara, como coordenadora-geral, e Maria Helena Gavião, vice. Ricardo Kanela e Danilo Guajajara foram escolhidos tesoureiro e secretário, respectivamente.
Outro ponto discutido foi a reestruturação da governança da instituição, que agora incorpora um conselho fiscal mais enxuto, articuladores de base e um conselho consultivo, formado por lideranças do movimento indígena. Tanto os cargos de coordenação como as nomeações para os conselhos e articuladores contemplam os diferentes povos das regiões sul, norte e centro-oeste do estado e respeitam a paridade entre os povos Jê e Tupi.
Por meio da Coapima, os povos indígenas do Maranhão vêm conquistando espaço para pautar a defesa de direitos territoriais, a gestão ambiental, a construção de políticas públicas e as iniciativas contra a violência e preconceito. A organização pretende na gestão atuar também para que as demarcações de terras e as políticas públicas avancem para os povos indígenas do estado.
“Estou muito feliz que a Coapima cresceu e representa todos os povos do Maranhão. A diretoria tem feito seu papel de luta em nome dos povos”, afirma Arlete Krikati, liderança do povo Timbira no estado.
Saiba mais no site do CTI.