Webinar apresenta práticas de ‘Uma Só Saúde’ no Brasil, Honduras e Guatemala
Dezembro, 2024 – A abordagem de Uma Só Saúde foi tema central do webinar “Incorporando Uma Só Saúde na Prática”, que apresentou estratégias e iniciativas apoiadas pela USAID no Brasil, Honduras e Guatemala. O evento, realizado em 6 de dezembro, reuniu especialistas para discutir a integração da vigilância em saúde, capacitações técnicas e o fortalecimento de sistemas de saúde com a colaboração de diversos atores. A transmissão alcançou cerca de 400 visualizações.
Os projetos foram apresentados por representantes da USAID nos três países: Janaína Sallas, coordenadora do Programa de Saúde Global no Brasil; David Castellanos, assessor sênior e especialista em gestão de projetos em Segurança Global da Saúde em Honduras; e Alexandria Schmall, oficial de saúde na Guatemala, acompanhada por Danilo Alvarez, assessor de Segurança Global da Saúde.
“Durante décadas, a USAID tem desempenhado um papel essencial na promoção da segurança da saúde global. Nosso compromisso é fortalecer as nações para responder de forma eficaz aos desafios e ameaças à saúde”, destacou Catherine Hamlin, diretora de Meio Ambiente da USAID no Brasil. Hamlin enfatizou que a abordagem de Uma Só Saúde reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, promovendo colaborações integradas com a sociedade civil, setor privado, academia e comunidades locais.
Maior país da América Latina, com 216 milhões de habitantes, o Brasil criou uma comissão técnica interinstitucional para desenvolver um Plano Nacional de Uma Só Saúde. Nesse contexto, a USAID tem trabalhado para colaborar no fortalecimento da capacidade do país de prevenir, detectar e responder a doenças infecciosas emergentes, com intervenções voltadas às necessidades locais, adaptadas culturalmente e sustentáveis em nove estados da Amazônia Legal, incluindo 25 de 34 Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).
Entre as ações destaca-se a assinatura de um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com três objetivos principais – melhorar a prevenção, detecção e resposta a doenças infecciosas emergentes; reforçar a vigilância e a capacidade laboratorial para zoonoses e resistência antimicrobiana; e fortalecer a gestão de emergências de saúde pública e estratégias de redução de riscos. Esta atividade será lançada em janeiro de 2025 com o Ministério da Saúde, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a OPAS.
Perspectivas regionais – Em sua apresentação, Castellanos destacou que entre as lições aprendidas para colocar Uma Só Saúde em prática em Honduras estão a importância da análise político-econômica, uma coordenação multissetorial e a integração de vigilância, treinamento e diagnósticos para fortalecer sistemas de saúde que garantam resiliência a longo prazo.
Para a Guatemala, Schmall reforçou a importância de promover diálogos entre medicinas ocidental e as práticas de saúde dos povos indígenas e de engajar jovens e líderes indígenas. Além disso, frisou a necessidade de criar espaços colaborativos para o desenvolvimento e a implementação de ideias e processos inovadores, realizar campanhas educativas e articular alianças estratégicas para fortalecer a saúde de forma inclusiva e culturalmente sensível.
Segundo Alvarez, os esforços na Guatemala para promover soluções de Uma Só Saúde são realizados por meio da colaboração baseada em dados, incluindo o desenvolvimento de um painel analítico integrado, em parceria com os Ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente, e Instituições como CONAP e INSIVUMEH. Esse painel visa melhorar a interoperabilidade e o compartilhamento de informações sobre doenças zoonóticas prioritárias, como a influenza aviária, a leptospirose, a raiva e doenças transmitidas por alimentos, fortalecendo assim os sistemas de informação de saúde.
Ao encerrar o evento, a chefe de equipe de saúde da USAID para a América Latina e Caribe, Reena Shukla, enfatizou a importância de identificar e compartilhar aprendizados entre os países. “Aprendemos muito sobre as melhores práticas que estão sendo desenvolvidas. Ouvimos sobre o fortalecimento de vigilância e capacidade de diagnóstico dos laboratórios, sobre a força das comunidades indígenas, como a cosmovisão Maia na Guatemala, e o uso de dados para informar a tomada de decisões, bem como o potencial dos programas de biodiversidade na Amazônia brasileira e a integração de questões de gênero e engajamento comunitário. Essas lições são fundamentais para evoluir no nosso trabalho baseado em evidências”, concluiu.