Nossa Floresta, Nossa Casa ganha novos parceiros e busca alavancar oportunidades de negócios para iniciativas indígenas
Com o objetivo de fortalecer as capacidades de povos indígenas da Amazônia para desenvolver iniciativas econômicas que aliem conservação florestal, fortalecimento da cultura e da governança de seus territórios, o projeto Nossa Floresta, Nossa Casa - Mosaico Tupi vem ganhando novos parceiros nos últimos meses.
Entre eles estão a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e o Origens Brasil, uma rede colaborativa entre empresas, instituições de apoio, populações tradicionais e povos indígenas.
Desenvolvido desde 2019, o Nossa Floresta, Nossa Casa atua nos estados de Rondônia e de Mato Grosso em oito Terras Indígenas (TIs) -- Igarapé Lourdes, Kwazá do Rio São Pedro, Rio Branco, Rio Mequéns, Roosevelt, Sete de Setembro, Tubarão Latundê e Zoró. É coordenado pela Iniciativa Comunidades e Governança Territorial da Forest Trends (ICGT-FT), um dos implementadores da Parceria para a Conservação da Biodiversidade na Amazônia (PCAB), com a parceria na operacionalização e gestão da Greendata – Centro de Gestão e Inovação Socioeconômica e Ambiental
Com a chegada dos novos parceiros, uma das linhas de atuação será a busca pela ampliação de mercado para produtos das cadeias de valor desenvolvidas nas TIs, além da articulação de estratégias comerciais e a manutenção e ampliação dos apoios e investimentos diretos e indiretos às iniciativas econômicas indígenas, tendo sempre como eixo transversal o fortalecimento das capacidades para a governança territorial indígena.
Depois de realizar oficinas de codesign junto às TIs, foram definidas como cadeias de valor prioritárias para atuação as do açaí, castanha-do-brasil, cacau e artesanato. Atualmente, o trabalho vem sendo feito com 68 iniciativas, que participam de 41 organizações (formais e não formais).
Área de atuação - As TIs que fazem parte do Mosaico Tupi abrangem mais de 21 povos indígenas, falantes de 16 diferentes línguas.
Atualmente vem ganhando novos contornos e conceitos, no contexto de articulações interinstitucionais, passando a Território Tupi Guaporé, com áreas protegidas que somam mais de 5 milhões de hectares, incluindo TIs e Unidades de Conservação (UCs). Surgiu da articulação junto ao Imaflora, administrador do Origens Brasil, realizada pela ICGT da Forest Trends e outras duas organizações de apoio local - o Pacto das Águas e a Kanindé.
A área inclui um grande mosaico de regiões protegidas, que se interligam, envolvendo o Corredor Ecológico Binacional Itenez-Mamoré-Guaporé, o Corredor Etnoambiental Tupi Mondé e o Tupi Kwahiva.
A chegada do Origens Brasil ao território será também uma oportunidade para fortalecer dois dos principais pilares do Nossa Floresta, Nossa Casa, que são a governança econômica territorial indígena e a conexão com mercados que valorizem sua produção.
O Nossa Floresta, Nossa Casa trabalha com três componentes principais, desenhados a partir de análises participativas com as comunidades e que levam em consideração a economia indígena e suas tradições.
São eles: 1) o fortalecimento das iniciativas econômicas indígenas, desenvolvendo cadeias de valor da sociobiodiversidade, promovendo assim a geração de renda; 2) o fortalecimento da governança econômica territorial, trazendo uma reflexão sobre o equilíbrio entre a economia interna indígena e a externa baseada no mercado e 3) a articulação e conexão com parcerias comerciais, respeitando os princípios de comércio justo e ético.
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