Manguezais: união para conservar e valorizar a biodiversidade

Extrativistas em encontro sobre mangues
Conferência reúne extrativistas e parceiros para debater proteção a mangues

Setembro / Outubro, 2023 - União, troca de experiências e parcerias entre diferentes atores estiveram na pauta de discussão da 1ª Conferência dos Manguezais Amazônicos. O evento reuniu pela primeira vez na capital do estado do Pará, Belém, extrativistas, jovens, mulheres e parceiros – incluindo governo, academia e organizações locais – para debater temáticas que trazem à tona conquistas, oportunidades e desafios a serem enfrentados ao longo da costa amazônica. 

Durante a conferência, os participantes trataram de negócios comunitários ligados à sociobiodiversidade e à bioeconomia, além de janelas de oportunidades para o território amazônico e para a gestão de áreas de conservação que podem ser abertas com a COP30, Conferência do Clima das Nações Unidas, que será realizada em Belém em 2025.

O evento foi  organizado pela Associação Rare do Brasil, em parceria com as 12 Associações das Reservas Extrativistas Marinhas e a Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas Marinhas e dos Povos Costeiros e Marinhos (CONFREM). Teve também a parceria estratégica da USAID/Brasil e da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA). 

Desde o primeiro semestre deste ano, o projeto Pesca para Sempre, implementado pela Rare Brasil no estado, vem recebendo apoio por meio do Enraiza PPA: Por Amazônias Sociobiodiversas & Sustentáveis, que, além da PPA e USAID, conta com a participação da Aliança Bioversity/CIAT.

“Quando falamos em manguezais amazônicos pensamos não só nos serviços ecossistêmicos como também no papel que desempenham na vida das comunidades locais, inclusive na cultura delas”, ressaltou Monique Galvão, vice-presidente da Rare Brasil, na abertura do evento.  

O Brasil abriga 10% dos manguezais do mundo, sendo que 80% desta área está na Amazônia. Além de proteger a zona costeira, os mangues ajudam a regular o clima; sequestram e armazenam carbono; servem de alimento para diversas espécies animais e aquáticas e são fonte de renda e segurança alimentar para a população local. 

Entre os diversos públicos presentes, estiveram na conferência representantes comunitários das associações e da Confrem, bem como do Mães do Mangue – uma rede de mulheres criada em 2020 para valorizar a participação feminina tanto em atividades ligadas à pesca artesanal como no monitoramento das espécies e das áreas de conservação – e do grupo Cuíras Marajoara, composto por jovens da Reserva Extrativista Soure mobilizados na conservação ambiental e da biodiversidade.

Também participaram do evento lideranças públicas de 14 municípios costeiros, incluindo prefeito, gestores e técnicos ligados a pastas de Meio Ambiente e Pesca. Os municípios são membros da Rede Global de Lideranças Públicas Coastal500, que tem como objetivo fomentar novos incentivos para a agenda da pesca artesanal e do extrativismo em nível local, e engajar governos locais para a participação na gestão compartilhada das Reservas Extrativistas. 

Os debates contaram ainda com a academia, envolvendo pesquisadores, estudantes de universidades públicas e privadas do estado, além de representantes do governo federal e estadual.

No segundo e último dia de evento, fechado apenas para convidados, o tema tratado envolveu iniciativas que compõem o planejamento estratégico de ações para a gestão das Reservas Extrativistas do Pará entre os diversos atores presentes.

Assista ao primeiro dia do evento: