Manejo de pirarucu no Médio Juruá traz sucesso para a temporada de pesca
A temporada de pesca do pirarucu de 2019 foi um sucesso para as comunidades do Território Médio Juruá, no Amazonas. Realizada entre agosto e outubro, a atividade reuniu 37 comunidades da RDS Uacari e da Resex Médio Juruá, da Terra Indígena Deni do rio Xeruã e do Acordo de Pesca de Carauari. No total, as mais de 280 famílias que participaram da pesca faturaram cerca de R$570 mil.
Neste ano, o número de famílias envolvidas aumentou em 29% - de 219 para 283. Também aumentou a quantidade de lagos monitorados, que passou de 72 para 85, ampliando também a contagem dos peixes: foram 14.327 em 2018 contra 21.653 em 2019.
“O manejo no Médio Juruá e a cadeia sustentável do pirarucu tiveram grandes avanços nesses últimos anos com a chegada de novos parceiros”, disse José da Silva Gomes, técnico em pesca da Associação de Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), entidade que coordena a pesca. “Em 2019, mais comunidades se interessaram e participaram das atividades, se mobilizando na questão de manejo de lagos, na proteção, na contagem e também já se organizando para a pesca”.
Além do aumento do engajamento das comunidades ribeirinhas, outro destaque de 2019 foi a melhora da estrutura para o manejo. O território já possui um barco com capacidade de 40 toneladas, com câmara fria e estrutura de beneficiamento e, em 2019, o tratamento da água para beneficiamento e transporte foi melhorada com a aquisição de dois filtros de água móveis.
2018 |
2019 |
30 comunidades |
37 comunidades |
219 famílias envolvidas em todas as etapas do manejo |
283 famílias envolvidas em todas as etapas do manejo |
72 ambientes monitorados |
85 ambientes monitorados |
14.327 pirarucus contados nos lagos |
21.653 pirarucus contados nos lagos |
O pirarucu é o maior peixe de escamas da Amazônia e um dos maiores peixes de água doce do mundo. A pesca predatória reduziu tanto os estoques que a pesca foi proibida e só é autorizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em projetos de manejo de pesca.
O manejo sustentável da espécie é essencial para sua conservação, pois antes de pescar, é necessário monitorar os lagos e fazer a contagem de peixes. O projeto de manejo sustentável do pirarucu executado pela ASPROC, é tão bem sucedido que ano passado recebeu o Innovation Challenge do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) por seu trabalho para garantir o preço mínimo e pela criação da marca Gosto da Amazônia, desenvolvida com apoio do Serviço Florestal dos Estados Unidos.
O Programa Território Médio Juruá
O Programa Território Médio Juruá é uma iniciativa focada na região do Médio Juruá, no município de Carauari, no estado do Amazonas, financiada pela USAID, Natura e Coca-Cola Brasil, coordenada pela SITAWI, e em parceria com os membros do Fórum do Território do Médio Juruá. O objetivo do programa, que tem duração de 3 anos, é a conservação da biodiversidade, implementando um Plano de Desenvolvimento Territorial para a região, envolvendo uma ampla base de atores para ampliar a escala e o impacto das iniciativas de conservação e de desenvolvimento nas dimensões social, ambiental e econômica. Veja mais resultados sobre o Programa aqui.