Monitoramento participativo em Resex de Rondônia deve ser replicado - 02/2018

A oficina organizada pelo IPÊ, em Rondônia para discutir a experiência de monitoramento participativo da biodiversidade na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema foi o ponto de partida para a decisão levar adiante planos para replicar a experiência do monitoramento aplicado ao extrativismo da castanha do Brasil em três outras reservas: Resex Rio Ouro Preto, Resex Rio Cautário e Resex Lago do Cuniã, onde a castanha também é coletada e comercializada.

“É muito importante que produtos resultantes do extrativismo sejam objetos de monitoramento, só dessa forma será possível uma melhor análise sobre a sustentabilidade no uso dos recursos pelas populações tradicionais que habitam as Unidades de Conservação federais, além de permitir estimarmos, com maior segurança, os quantitativos extraídos, bem como e, caso necessário, implementarmos adequações nas práticas produtivas adotadas em nossas Resex”, afirmou o analista ambiental e representante da Coordenação de Produção Sustentável (COPROD) Robson Silva.

O Monitoramento Participativo da Biodiversidade no Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), implementado pelo IPÊ, juntamente como o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Gordon and Betty Moore Foundation, é um dos projetos apoiados pela PCAB.

Na oficina, foram ressaltados pontos comuns, assim como os principais desafios que envolvem a produção sustentável e o desenvolvimento da cadeia de valor da castanha na região.

Produtividade, monitoramento dos castanhais, nível de envolvimento social e aspectos voltados ao acesso a mercados e comercialização da produção estiveram entre os tópicos de discussão. Representantes do ICMBio também apresentaram dados de pesquisas em produção e monitoramento de cadeias de valor sustentáveis.

“Na oficina pudemos construir um entendimento coletivo sobre os pontos chave da cadeia da castanha, visando sua sustentabilidade, com vinculação das questões relacionadas à comercialização, ao fortalecimento do manejo de base comunitária, assim como à ecologia da castanheira e ecossistema em que se insere. Esses são insumos muito importantes para consolidar a estratégia de monitoramento, criando também um elo mais forte entre a biodiversidade e a comercialização, pensando inclusive no subsídio a instrumentos como a certificação”, ressaltou a coordenadora Geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, Katia Torres Ribeiro.

Os próximos passos são a apresentação da proposta de monitoramento nas UCs, junto aos conselhos e comunidades. Depois da aprovação, será feita a adequação dos protocolos de monitoramento já para implementação na próxima safra. “Espera-se também a boa gestão dos dados, aportando informações qualificadas sobre a produção de castanha nessas reservas extrativistas, apoiando a implementação de políticas públicas”, destaca Katia. (com informações da Ascom do ICMBio)