Médio Juruá: resultados a favor da biodiversidade e das pessoas
Outubro/Novembro, 2024 – Um legado de fortalecimento das estratégias para o desenvolvimento territorial ancoradas na liderança e no protagonismo das organizações de base comunitária do Médio Juruá. Esse é o resumo do “Relatório de Impacto” da fase dois do Programa Território Médio Juruá (PTMJ). Localizada no estado do Amazonas, a região é próspera e de alta importância em termos de biodiversidade, contando com Unidades de Conservação e Terras Indígenas.
A fase dois do PTMJ, que teve foco na continuidade da implementação dos projetos locais, apresentou resultados significativos, com R$ 10,8 milhões em recursos mobilizados (entre investimento direto, contrapartida e receita do projeto), contribuindo para a melhoria econômica de 4.200 moradores locais e com a conservação de mais de 1 milhão de hectares de floresta amazônica. Nessa etapa, entre 2021 e 2024, três eixos foram desenvolvidos: a promoção da bioeconomia; a proteção territorial e o fortalecimento da governança comunitária.
O programa é coordenado pela Sitawi Finanças do Bem e tem como parceiros estratégicos a USAID, a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), a Natura e o Green Climate Fund. Também conta com a parceria institucional da Aliança Bioversity/CIAT e outras entidades, além de associações locais que atuam como implementadoras.
No foco da conservação da biodiversidade estão seis espécies, entre as quais o pirarucu tem destaque. O manejo sustentável do peixe transformou a vida das comunidades locais, que, mesmo estando longe dos grandes centros urbanos, têm obtido resultados positivos de comercialização. Liderado pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), o trabalho vem gerando renda para as famílias, com pagamentos acima da média do estado do Amazonas. Entre os resultados estão mais de 20 toneladas de pirarucu processadas; 180 lagos monitorados e um aumento de R$ 6.300 na renda anual de cada família.
Dentro do fortalecimento institucional, a revisão do planejamento estratégico da Associação das Mulheres Agroextrativistas do Médio Juruá (ASMAMJ) também foi destaque. Por meio do PTMJ, os dois pólos de empreendedorismo comunitário – um voltado para biocosméticos e outro para oleaginosas – passaram por ajuste logístico, estruturação administrativa e aperfeiçoamento de produção. Houve curso de capacitação e a produção de uma cartilha para divulgar materiais produzidos pelas mulheres (leia mais).
A cadeia produtiva das oleaginosas também teve incremento, com atividades que foram desde treinamento em boas práticas de produção e segurança no trabalho até a fabricação dos produtos, com aquisição de equipamentos industriais e de segurança e a instalação de energia solar para promover a autonomia dos processos administrativos.
“Os arranjos da organização social do Médio Juruá, que também são fortalecidos pelo PTMJ, representam um modelo complexo e muito eficiente de gestão territorial, conciliando ciência acadêmica e dos povos tradicionais. Esse modelo também desempenha um papel crucial na proteção do território. Fortalecer essa organização, por meio de suas instituições de base comunitária, vem se mostrando a melhor estratégia para o desenvolvimento territorial na Amazônia”, diz Ronnayana Silva, coordenadora de Programas Territoriais na Sitawi Finanças do Bem.
Acesse a íntegra do relatório no site da Sitawi Finanças do Bem.