Parcerias foram tema central do III Seminário de Boas Práticas na gestão de Unidades de Conservação

O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) realizou entre os dias 27 e 29 de novembro o II Seminário de Boas Práticas na Gestão de Unidades de Conservação, encerrando as comemorações dos 10 anos do órgão.

O Seminário foi apoiado pela USAID, por meio do Serviço Florestal dos Estados Unidos, além de por outros parceiros ativos na gestão de unidades de conservação no Brasil, que reuniram cerca de 300 parceiros e gestores para trocar experiências e boas práticas e seus muitos elementos, e quais tinham potencial de replicação. O tema central desse ano eram parcerias e como uma variedade de diferentes parceiros em todos os setores da sociedade são importantes para a gestão das 324 áreas de proteção no Brasil.

Os cordenadores da conferência selecionaram 46 boas práticas de unidades de conservação federais e estaduais para apresentar suas experiências e discutir durante a conferência. Além disso, participantes internacionais da Zâmbia, Zimbabue, Espanha, Colômbia e Estados Unidos também trouxeram exemplos de seus países para compartilhar com gestores de parques e parceiros de todo o Brasil, enriquecendo a discussão e as relações internacionais que reconhecem a importância global do Brasil na conservação da biodiversidade.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, destacou na cerimônia de abertura a complexidade na manutenção e gestão destes bens nacionais e a necessidade de compartilhar experiências positivas, que estimulem a inteligência coletiva. Anna Tonnes, Diretora de Meio Ambiente da USAID Brasil, destacou o potencial que a região Amazônia, e das unidades de conservação, em geral, tem para o cumprimento de de metas de conservação e de desenvolvimento econômico, dizendo que: “unidades de conservação em áreas remotas são com frequência uma fonte de crescimento econômico rural sustentável”.

O presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, ressaltou que o Instituto precisa “chegar mais perto da sociedade”. Um tema muito discutido no seminário foi a importância do turismo, envolvimento comunitário, recreação e outros usos públicos, assim como aumentar o número de voluntários na gestão de áreas proteguidas, e na manutenção, educação e serviço de guias. Outros temas incluiram: governança, financiamento sustentável, relações e contratos inter-intitucionais, relações com a comunidade, turismo e gestão de recursos naturais de base comunitária, meios de vida sustentáveis e o desenvolvimento de cadeias de valor sustentáveis.

Representantes de comunidades vivendo dentro de Reservas Extrativistas ou vizinhas de Unidades de Conservação também foram convidados para discutir o seu papel na proteção da biodiversidade. Para Irismar Duarte, líder comunitário na Reserva Extrativista de Ituxi, no Amazonas, “acompanhar as discussões foi interessante e tive a chance de explicar que precisamos de mais gente para construir relações humanas e de confiança na base. Somos gente simples, fomos explorados e abandonados no passado. Enviar biólogos para dizer que agora é diferente, não é suficiente”.

Mais de 45 boas práticas envolvendo 800 parceiros do governo, setor privado e sociedade civil foram discutidos e uma das principais conclusões foi que muitas das boas práticas podem ser adaptadas e replicadas, mas que cada unidade de conservação é diversa e precisa pensar em fazer as adaptações de acordo com o contexto local, além de criar suas próprias soluções e parcerias. Apesar dos cortes de gastos severos em agências chave do governo, parcerias podem ajudar na gestão das Unidades de Conservação e que conferencias como essa são críticas para gerar encontros, compartilhamentos e o fortalecimento desses esforços conjuntos.