USAID promove exibição de filme que mostra a luta por direitos indígenas

Txai Suruí fala antes da exibição do filme / Fotos: USAID
Vencedor do Emmy, documentário história do povo Uru-Eu-Wau-Wau no combate ao desmatamento

Abril, 2024 – Como parte das celebrações dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, a USAID promoveu em Brasília a exibição do documentário "O Território", vencedor do Emmy. O filme conta a história do povo indígena Uru-Eu-Wau-Wau, sua luta pela proteção do território e combate ao desmatamento da floresta amazônica.

“Os povos indígenas são essenciais para os esforços de proteger o nosso planeta, então é apropriado que celebremos as contribuições dos povos indígenas para a história e para a proteção do meio ambiente e a luta contra as mudanças climáticas durante o mês de abril”, disse o diretor da USAID/Brasil, Mark Carrato. “A parceria entre nossos países vai além das relações entre os dois governos. O filme também mostra a parceria entre brasileiros e americanos”, complementa.

O evento marcou as comemorações do Dia dos Povos Indígenas, em 19 de abril. Houve uma rodada de conversa com a participação de Neidinha Suruí – sócia fundadora da organização não-governamental (ONG) Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé –, Txai Suruí – uma das produtoras do filme e que recebeu da Embaixada dos Estados Unidos o prêmio Mulheres Brasileiras que Fazem a Diferença 2023 – e Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, presidente da Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, além do diretor Alex Pritz e do produtor Gabriel Uchida.

“A luta dos povos indígenas é planetária. No momento que a gente está vivendo a emergência climática que afeta os nossos territórios, estamos falando do futuro das nossas crianças, das próximas gerações. Não há mais tempo”, disse Txai Suruí. “A arte tem o poder de tocar. O ‘Território’ foi um grande filme porque de fato mostra a nossa realidade. Faz uma coisa que o movimento indígena e as mulheres falam muito: que é o reflorestar das mentes e dos corações”, completou Txai.

Durante o evento, a diretora do Programa de Meio Ambiente da USAID, Catherine Hamlin, destacou a parceria que a Agência tem com povos indígenas no Brasil. "Nossos países têm uma longa história de amizade e parceria. Uma das colaborações mais fortes é na área ambiental e na promoção dos direitos indígenas. A USAID trabalha em parceria com os povos indígenas do Brasil há décadas, apoiando projetos em diversas áreas."

Globalmente, a USAID promove iniciativas para garantir os direitos indígenas. No Brasil apoia a implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), um mecanismo que contribui com a proteção, conservação e restauração dos territórios, mantendo os modos de vida de cada povo. 

Importância – Os povos indígenas, com suas culturas milenares, têm grande contribuição no desenvolvimento de soluções sustentáveis capazes de conservar seus territórios na Amazônia, mantendo a floresta em pé e sua biodiversidade.

Entre as contribuições dessas populações estão, por exemplo, a "domesticação" de espécies frutíferas, adaptando as cadeias de produtos da sociobiodiversidade, e a "terra preta" – mistura de cascas de mandioca, carapaças de quelônios e resíduos de fogueiras, criando um solo rico em matéria orgânica para a agricultura.

Cerca de 50 espécies foram manejadas por povos indígenas, incluindo a castanheira, a palmeira do açaí e o guaraná, permitindo a criação de meios de subsistência sem desmatamento. O Brasil tem atualmente 1.693.535 indígenas, segundo o último Censo, o que representa 0,83% dos residentes no país.