Treinamentos virtuais ajudam no combate a incêndios em biomas brasileiros

Buscando superar dificuldades impostas em 2020 pela pandemia da Covid-19, que suspendeu capacitações presenciais, o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), em parceria com a USAID/Brasil, iniciou em setembro um ciclo de treinamentos virtuais de combate a incêndios em biomas brasileiros, voltados principalmente para a Amazônia e o Pantanal.

Essas duas regiões são as mais afetadas por focos de incêndio registrados neste ano, de acordo com imagens de satélite monitoradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).  

No total, são cinco treinamentos oferecidos a brigadistas, analistas ambientais, bombeiros e voluntários que atuam na área pelo USFS, em coordenação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outros parceiros, financiados pela USAID - Escritório de Assistência Humanitária (BHA, na sigla em inglês). 

Entre os temas abordados estão a aplicação do sistema americano de comando de incidentes em incêndios florestais; como atuar e adotar de forma segura as operações aéreas e técnicas de investigação dos incêndios. Cada sessão tem uma duração de uma hora e meia, com contribuições de técnicos do USFS e especialistas brasileiros.

Além dos treinamentos, o USFS está atuando em outras duas frentes emergenciais para cooperar com os parceiros brasileiros no combate aos incêndios florestais e tentar minimizar os riscos para a biodiversidade. São elas:

Parcerias - O USFS também segue trabalhando com a Organização não Governamental Aliança da Terra para responder a uma solicitação emergencial do cacique Kamayurá e sua brigada, mobilizando uma força-tarefa especial para fortalecer a atual resposta operacional de combate a incêndios no Parque Nacional do Xingu, área do Alto Xingu. O objetivo é suprimir com rapidez e eficiência os incêndios que se espalharam pela área indígena em setembro. Tudo isso está sendo realizado com medidas de segurança contra a Covid-19 e o benefício de ter colaborado em treinamentos e ações preventivas nos últimos anos.

Recomendações no manejo - Embora o trabalho do USFS e da USAID/Brasil tenha se concentrado na região amazônica nos últimos cinco anos, o Serviço Florestal dos Estados Unidos realizou uma avaliação e intercâmbio técnico também no Pantanal. De acordo com técnicos, as características do fogo nesse bioma - como queimadas superficiais e subterrâneas e dificuldade de acesso - são um desafio para as equipes e na montagem das estratégias para proteger espécies animais e vegetais, principalmente das Unidades de Conservação federais.
Em 2020, o bioma já enfrenta o maior número de focos de incêndio da série histórica do INPE (registrada desde 1998): até meados de setembro ultrapassou 15,4 mil. Os outros recordes haviam sido em 2005, quando foram 12.536 focos nos 12 meses, e em 2002, com 12.486 registros no ano.
Além do combate e resposta ao momento, o USFS, USAID/Brasil e as instituições ambientais brasileiras vêem a necessidade de aumentar o foco na prevenção e ações de manejo para cuidar dos diferentes biomas