Sucesso e planos de manejo de pesca aumentam custos de vigilância - 05/2018

Durante 10 meses a ONG Operação Amazônia Nativa (OPAN) e o Fundo de Conservação Estratégica fizeram uma avaliação de atividades de manejo de pesca do pirarucu em áreas protegidas. O chamado bacalhau da água doce, é maior peixe de escamas da Amazônia e está ameaçado de extinção. Sua pesca só é permitida em projetos de manejo aprovados pelo Ibama.

Um dos achados da avaliação foi o custo significativo e que ainda não havia sido identificado, da vigilância dos lagos de várzea onde os pirarucus se reproduzem. Estes custos são cobertos exclusivamente pelas comunidades.

No manejo, alguns lagos são mantidos intocados para garantir o crescimento da espécie, enquanto outros são usados para a pesca. A técnica tem ajudado a rápida recuperação da quantidade de peixes nas áreas de manejo. Entretanto, tem também atraído invasões, o que obriga as comunidades a manterem sistemas de vigilância todo o tempo. Como o manejo é bem documentado e tem impactos positivos na conservação, torna-se um candidato ideal para Pagamentos de Serviços Ecossistêmicos, que poderiam ajudar a cobrir os custos de vigilância.

A PCAB apoia o manejo do pirarucu desde 2016, em parceria com o Serviço Florestal dos EUA (USFS) e com o ICMBio, dentro da estratégia de implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas (PNGATI).

As recomendações não só serão levadas em conta pelos parceiros da PCAB em seus projetos comunitários de manejo de pesca, incluindo o acesso a mercados. Outras instituições, como organismos reguladores e financiadores, também devem incorporar as recomendações em seus planos de trabalho para garantir complementaridade estratégica.

Ainda dentro da PCAB, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e ICMBio realizaram uma oficina para definir protocolos de manejo de pirarucu.