Seminário em Belém oficializa presença da Plataforma Parceiros pela Amazônia no Pará

Parcerias do Setor Privado pela Conservação da Amazônia discutiu parcerias em desenvolvimento territorial, cadeias de valor e investimentos em negócios de impacto

Belém, 08/11/2019 – “Quem diria há 15 anos que veria empresas privadas e OnGs sentadas no mesmo evento?,” notou Marcello Brito, CEO da Agropalma e diretor da Associação Brasileira do Agronegócio, na abertura do seminário, que reuniu mais de 100 representantes de pequenas, médias e grandes empresas, de organizações da sociedade civil, da academia e do governo na quinta-feira (07), em Belém, para o lançamento oficial da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) no Pará.

A PPA é uma plataforma de ação coletiva liderada pelo setor privado, que busca soluções inovadoras para a promoção de um novo modelo de desenvolvimento na região Amazônica aliando sustentabilidade e conservação da biodiversidade com a melhoria das condições de vida de populações que dependem da floresta.

Criada a partir do modelo bem sucedido de rede de empresas voltadas para a educação (+Unidos), com o apoio da Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID), no Brasil, a PPA já operava há dois anos no Amazonas e agora, sob a coordenação do Instituto Peabiru e da Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM), chega ao Pará, reunindo os dois maiores estados da região norte.

Segundo Bernardo Ricco, diretor-adjunto do Departamento da América Latina e Caribe da USAID, a agência vem priorizando o engajamento com o setor privado e aqui no Brasil “a plataforma foi criada em conjunto com ele”. Para Ricco, “em poucos meses já há resultados positivos como o estudo ‘Investindo no desenvolvimento’”, produzido pela PPA e que aponta modelos e instrumentos para aporte de recursos privados em comunidades e territórios. “Contribuir para o crescimento do PIB nacional e, ao mesmo tempo, conservar as florestas e sua biodiversidade não é uma tarefa fácil. É uma jornada que requer nosso trabalho conjunto, colaboração e inovação”.

O seminário reuniu nos painéis alguns exemplos de como a PPA pode avançar. Uma quebradeira de coco do Maranhão que trabalha na Reserva Legal de uma propriedade onde a Suzano produz madeira para papel e celulose, explicou que a parceria com a empresa tem ajudado no aproveitamento do coco e nas condições de trabalho. ”A gente ficou com medo quando a Suzano comprou a área, mas está tendo acesso e apoio”, disse Zuleide Pereira de Souza, da Associação de Quebradeiras de Coco de Coquelândia.

João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru, acredita que o evento foi “um marco no diálogo entre empresas e destas com outros setores da sociedade, em prol da sustentabilidade e conservação da Amazônia. Nosso papel de facilitador mostra que há muitos interesses em comum, tanto com as empresas em si, nos seus territórios, com a agenda local das ONGs no sentido mais global. Isso é mais positivo que negativo. Temos um grande caminho pela frente”, comemora.

Mais de 30 empresas e instituições já são membros da PPA e trocam informações e experiências, além de ajudarem a organizar as cadeias de produção. A PPA também patrocina um programa de aceleração para start-ups com atuação na Amazônia e está aberta a adesões de empresas de todos os tamanhos com interesse na região.