Rodada de Negócios da PPA amplia investimentos para startups amazônicas e premia iniciativas pioneiras
Em seu segundo ano, a Rodada de Negócios da Plataforma de Parceiros pela Amazônia (PPA) atraiu investimentos de R$ 4,8 milhões para oito startups amazônicas, selecionadas pela qualidade de seus planos de negócio para atrair investidores e pelo potencial de contribuir para o desenvolvimento de um novo modelo sustentável na Amazônia. O valor superou em mais de quatro vezes o total de R$ 1,1 milhão oferecido no ano passado. Outros R$ 7 milhões foram prometidos em futuros investimentos pelo ABF – Althelia Biodiversity Fund, o primeiro fundo de investimentos brasileiro voltado unicamente para investimentos de impacto na Amazônia e desenhado com a contribuição da USAID/Brasil e Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) – parceiro implementador da PCAB.
“Essa rodada foi além das minhas expectativas e eu tinha grandes expectativas. Estamos orgulhosos de fazer parte desta plataforma. Poder captar investimento para estas empresas que antes não tinham acesso a financiamentos e vê-los tão emocionais é realmente muito gratificante,” comemorou Anna Tonnes, que comanda a equipe de meio-ambiente da USAID/Brasil, que confessou ter chorado junto com alguns dos empreendedores, ao saber o quanto tinham conseguido em termos de recursos para investimentos. Durante as apresentações dos planos de negócio para captação dos investimentos e também na premiação e nos anúncios de concessão de financiamentos houve muito nervosismo e lágrimas.
O encontro num hotel em Manaus aconteceu na primeira semana de dezembro e reuniu representantes de empresas amazônicas, instituições filantrópicas e organizações da sociedade civil. O prêmio Empreendedor PPA, de R$ 10 mil, foi entregue a três negócios que venceram as barreiras de logística e falta de financiamento para startups na região e mostraram a garra de seus idealizadores: Instituto Ouro Verde (apoio à agricultura familiar), Serras Guerreiras de Tapuruquara (ecoturismo em Território Indígena e Cacauway (chocolate sustentável).
Todas as empresas selecionadas e premiadas durante a Chamada já passaram ou irão passar em 2020 pelo Programa de Aceleração da PPA, que entra também em seu segundo ano. O programa é o único que trabalha exclusivamente com empresas que operam na Amazônia e vem criando uma rede de startups na região. Este ano, mais de duzentas se inscreveram e 15 foram selecionadas.
Com 34 membros e liderada por empresas de diferentes portes que operam na Amazônia Legal brasileira, a plataforma se dispõe a discutir soluções para os desafios e apontar oportunidades para o setor privado que contribuam para a criação de um modelo de desenvolvimento sustentável para a região. Os investidores desta rodada foram o Fundo Vale, Instituto Humanize, Rede Amazônica, Sitawi, Conexsus, Fundações e Institutos de Impacto (Fiimp). A Usaid/Brasil dobrou a oferta de alguns dos investidores com o objetivo de diluir riscos e estimular investimentos de impacto na Amazônia.
“Apoiamos hoje três negócios, mas vários outros, quando ganharem maturidade, volume de produção e serviços, têm grandes possibilidades de fazer conexões com trabalhos que o Fundo Vale vem fazendo, inclusive na área de restauração e preservação de florestas. Isso é só o início. Temos um potencial incrível pela frente se ajudarmos esses negócios a se desenvolverem”, avalia Márcia Soares, gerente de parcerias do Fundo Vale.
As empresas e cooperativas participantes são dos setores de alimentos e comercialização de produtos da floresta (Manioca, Na Floresta, OKA Sucos, Nossa!Fruits), painéis solares (Prátika Engenharia), comercialização de produtos indígenas (Tucum), extrativismo sustentável e beneficiamento de sementes (Coex Carajás), educação ambiental (Academia Amazônia Ensina), logística de transporte fluvial (NavegAm) e plataforma de comercialização (Onisafra).
Artur Coimbra, proprietário da empresa Na Floresta, de chocolates produzidos com cacau de comunidades amazônicas, foi um dos contemplados com investimentos: “Já passamos por muita dificuldade e baixas para continuar existindo. Com esse recurso vamos trabalhar e trazer retorno para todo mundo que nos apoia e fazer ainda mais. Precisamos também desse programa de aceleração da PPA, prá gente se escutar e ter ajuda de outras pessoas pra lidarmos melhor com modelo de negócio, questões financeiras, números. Nos profissionalizar ainda mais. A Amazônia precisa disso, e nosso compromisso é atender as pessoas que estão aqui”.
Ted Gehr, Representante do Escritório da USAID/Brasil, se disse impressionado com a qualidade e comprometimento das apresentações: “Além do aumento da procura e do volume de investimentos, ficou claro que eles se prepararam para a rodada e estão prontos para receber os investimentos”.
Conheça mais sobre os negócios investidos e participantes do Programa de Aceleração 2020 aqui.