Projeto Sociobioeconomia na Amazônia aporta R$ 15 milhões em crédito

Reunião de participantes do projeto Sociobioeconomia na Amazônia - Fotos: Conexsus / PPA
Iniciativa é realizada pela Conexsus, com apoio da USAID, PPA e Aliança Bioversity & CIAT

Dezembro, 2024 – O projeto Sociobioeconomia na Amazônia tem como objetivo desenvolver negócios comunitários de impacto socioambiental por meio de soluções direcionadas à qualificação da gestão e criação de valor de produtos e serviços, além de apoiar na ativação de dois ecossistemas regionais de negócios comunitários. A iniciativa já apresenta resultados relevantes, com R$ 15 milhões aportados em crédito e mais de 60 empreendimentos impactados neste novo ciclo de parceria.

De acordo com Tássia Ribeiro, Gerente de Projetos da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), “o projeto reafirma o compromisso da Plataforma em fortalecer os negócios comunitários na Amazônia, promovendo o protagonismo local e o desenvolvimento territorial. Um dos avanços mais significativos é a adoção de metodologias que ampliam as oportunidades para as mulheres, valorizando seu papel na gestão dos empreendimentos e no fortalecimento das cadeias produtivas. Ao incentivar esse protagonismo, o projeto impulsiona a transformação social e econômica, fortalecendo as comunidades.”

Esta aliança ocorre desde 2020 entre Conexsus e PPA e é fundamental para desenvolver e implementar ações estratégicas de fortalecimento dos negócios comunitários na Amazônia, seus valores e a compreensão da importância da sociobioeconomia. De lá pra cá, diversas metodologias foram desenvolvidas e testadas no âmbito da parceria. Em 2023, num primeiro ciclo do projeto, a “Iniciativa Amazônia em Conexões” permitiu aplicar a abordagem de ecossistemas em nível regional, nos territórios da região amazônica, gerando um conjunto de experiências e aprendizados que foram compartilhados em uma publicação

Hoje, o projeto contribui para dar continuidade ao trabalho do Programa de Assessoria com destaque para o desenvolvimento de novas abordagens, como algumas dedicadas às metodologias de formação participativas, que ampliam o desenvolvimento de capacidades  técnicas dos gestores dos negócios comunitários amazônicos. Além disso, apoia o início das atividades em campo, do Programa de Ativação de Ecossistemas Regionais Amazônia, na implementação de planos para ativar e fortalecer o ecossistema de negócios comunitários, promovendo parcerias, soluções coletivas estratégicas e inovação para o desenvolvimento das associações e cooperativas nos territórios.

Entre os atuais desafios a serem trabalhados até 2025 estão o protagonismo dos negócios comunitários na geração de renda e acesso a recursos financeiros. Neste âmbito, estão as atividades de apoio técnico ao desenvolvimento da gestão dos negócios comunitários e do acesso e acompanhamento do crédito, que envolvem atualmente 43 empreendimentos ativos, localizados em diversos territórios da Amazônia, em cinco estados diferentes: Amazonas, Pará, Rondônia, Amapá e Mato Grosso. 

“O projeto possibilita a ampliação do trabalho da Conexsus, promovendo uma nova abordagem de fortalecimento das organizações comunitárias da Amazônia, centrada no apoio técnico à gestão e no acesso a crédito orientado, visando o desenvolvimento organizacional e o aumento da renda dessas comunidades, além da implementação de soluções em rede que contribuem para a ativação dos ecossistemas onde esses empreendimentos atuam”, conta Adriano Santos, Coordenador do Programa de Assessoria aos Negócios Comunitários na Conexsus.

Além disso, o projeto objetiva desenvolver, implementar e monitorar soluções em rede.  Loyanne Feitosa, Coordenadora de Ecossistemas de Negócios Comunitários da Conexsus, reforça a importância de soluções coletivas, “O projeto Sociobioeconomia na Amazônia oportuniza a execução de metodologias inovadoras com a implementação de soluções em rede para ativar e fortalecer o ecossistema de negócios comunitários, promovendo a colaboração entre atores dos territórios, inovação e desenvolvimento das associações e cooperativas”.

Na foto aparecem mulheres e homens sentados a uma mesa redonda analisando documentos

Cases de sucesso  – Ronaldo Duarte, representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), aponta que o ecossistema de parcerias proporcionado pelo projeto é fundamental. “A gente busca muito essas parcerias e foi muito importante o período que compartilhamos e participamos das atividades da Conexsus em Belém. Foram vários momentos de aprendizado, em que cresci muito com tudo e saí dali com a mente muito aberta para trazer para a Amazônia, para o Marajó e para Portel. O trabalho hoje tem que ser coletivo, a coletividade é o caminho para ter um Marajó mais forte e com qualidade de vida”. 

Já Maria Andréia, do Manejaí, outra instituição impactada pelo projeto, fala sobre como as parcerias permitem mapear novas oportunidades para os negócios comunitários: “Por meio da Conexsus e demais parceiros, os negócios começaram a abrir novos caminhos. Trabalhar com recursos da floresta, ganhar o sustento por meio dela e trabalhar para que ela permaneça intacta é o que fazemos. Hoje já temos acesso ao mercado, acessamos o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), conseguimos acessar políticas públicas... Aos poucos, com nossos parceiros, nós vamos alavancando nosso trabalho e chegando lá”.