Projeto Gosto da Amazônia leva pirarucu de manejo para o Rio de Janeiro
O projeto Gosto da Amazônia busca desenvolver novos mercados para o pirarucu de manejo. A iniciativa é fruto de uma parceria entre as instituições responsáveis pelo manejo do pirarucu, o Instituto Maniva, e o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SINDRIO).
O projeto deverá ter cinco etapas, começando com uma sensibilização dos chefs, passando por palestras e uma viagem para a Amazônia e fechando com um festival na Cadeg – um famoso mercado na zona norte do Rio de Janeiro. A primeira fase de sensibilização inicial já foi concluída. O pirarucu de manejo foi distribuído para chefs da cidade – como Claude Troisgros, Roberta Sudbrack, entre outros, que criaram receitas e fizeram a análise detalhada do produto, conhecendo e explorando todo o seu potencial gastronômico.
Para Teresa Corção, que coordenou as atividades com o grupo Ecochefs e participa da gestão do projeto Gosto da Amazônia, a boa receptividade dos chefs reforça a importância dos restaurantes como porta de entrada do produto na cidade: “a grande aceitação me surpreendeu. Mesmo chefs exigentes, que normalmente não gostam de trabalhar com peixes congelados, adoraram o pirarucu. O ponto alto foi o gosto suave, sem resíduos de sabor. Vejo um grande potencial para os restaurantes e bares.”
O pirarucu é o maior peixe de escamas de água doce do mundo, encontrado principalmente na Amazônia. A espécie tem importância cultural, social e econômica para os povos indígenas e comunidades tradicionais da região. O manejo das populações do peixe e os lagos donde habita começou em 1999, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, e hoje acontece em 34 áreas protegidas com Acordos de Pesca devidamente autorizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O manejo desenvolvido nas diferentes áreas é baseado na organização social e produtiva das famílias e de suas representações associativas, e vem ganhando visibilidade recentemente com a atuação conjunta de diversas comunidades manejadoras, organizações da sociedade civil e governamentais, fruto da parceria entre o Governo Brasileiro e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional/USAID, com apoio técnico do Serviço Florestal Americano (USFS), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), Operação Amazônia Nativa (OPAN), Conservação Estratégica (CSF), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), Memorial Chico Mendes (MCM), Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) e Associação dos Comunitários que trabalham com Desenvolvimento Sustentável no Município de Jutaí (ACJ).