Primeira usina de castanha de base comunitária recebe certificação para exportar

Associação adquire castanha in natura de 126 famílias coletoras da Terra Indígena Itixi Mitari e da RDS Piagaçú-Purus

Abril, 2022 - A Associação dos Agropecuários de Beruri (ASSOAB) foi a primeira usina de castanha no Brasil de base comunitária a receber a certificação CGC do Ministério da Agricultura. Com isso, a ASSOAB poderá exportar a castanha produzida pelos associados. 

O CGC é uma certificação dada a pessoas físicas ou jurídicas que comercializem, industrializem, importem, exportem ou controlem a qualidade dos produtos de origem vegetal padronizados.

A associação adquire a castanha in natura de 126 famílias coletoras da Terra Indígena Itixi Mitari e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçú-Purus. Oferece emprego formal a 60 pessoas, sendo 40% mulheres. 

Pela primeira vez, a associação também tem uma mulher na presidência: Sandra Amud. Segundo ela, com a certificação e possibilidade de exportar o produtos, além de um melhor cenário em 2022, as vendas devem crescer consideravelmente.

A ASSOAB atua há mais de 20 anos prestando assistência aos pequenos agricultores e pecuaristas do município de Beruri. A associação beneficia dois públicos: os sócios não extrativistas que são beneficiados com o emprego na própria agroindústria e os sócios extrativistas que são beneficiados com a venda da produção para a associação por um preço justo. Atualmente,  358 sócio extrativistas cadastrados como fornecedores

Com 91 associados extrativistas cadastrados como fornecedores, a ASSOAB destaca-se por administrar a maior indústria de beneficiamento de castanha-do-brasil do município, empregando direta e indiretamente cerca de 60 pessoas. O trabalho tem permitido a garantia da sustentabilidade extrativista e promovido a igualdade social e econômica de seus associados, respeitando os valores tradicionais e os princípios de preservação da floresta.

A associação beneficia dois públicos: o sócios não extrativistas que são beneficiados com empregos na própria agroindústria e os sócios extrativistas que são beneficiados com a venda da produção para a Associação por um preço justo, "A certificação favorece o setor que precisa de incentivo para dar maior visibilidade para as diferentes cadeias produtivas, pois uma cadeia fortalece a outra à medida que a bioeconomia ganha força. A sociedade também passa a valorizar os produtos da sociobiodiversidade como essenciais para a economia da região, associada ao desenvolvimento ambiental e à manutenção dos recursos naturais", finaliza Sandra.

A associação já fazia parte do projeto Cadeia de Valor da PCAB, com a participação de Sandra em cursos e  treinamentos do SEMEAR Castanha. Durante a pandemia, o apoio ao projeto ajudou a manter a associação ativa.