Oficina no Parque Nacional do Pico da Neblina faz plano de manejo avançar
Nos dias 17 a 21 de setembro foi realizada a Oficina do Parque Nacional do Pico da Neblina no Estado do Amazonas. Após mais de três anos de diálogo e reuniões participativas, o ICMBio realizou o encontro dentro da nova abordagem para elaboração dos planos de manejo, inspirados na metodologia do Foundation Document do Serviço Florestal Americano. A reunião é apoiada pela USAID dentro do projeto da Parceria para a Conservação da Biodiversidade na Amazônia (PCAB).
A unidade de conservação (UC) tem um nível de complexidade grande em função de suas sobreposições. São quatro terras indígenas (Balaio, Cué-Cué Marabitanas, Médio Rio Negro II e Yanomami), uma unidade estadual (Reserva Biológica dos Seis Lagos) e ainda uma justaposição com a Floresta Nacional da Amazônia.
A oficina contou com a participação de quatro etnias (Yanomami, Tucano, Baré e Cué-Cué Marabitanas) Secretarias de Estado, associações locais, representantes do Exército, Funai, Instituto Socioambiental (ISA), Ministério Público, dentre outros. Atores interessados em trazer para o Parque autonomia com vistas a uma gestão mais integrada e participativa, e também mais visibilidade para as iniciativas de Turismo de Base Comunitária oferecidas pelos indígenas da região. O principal desafio foi o planejamento para definir os participantes, adaptar a metodologia ao contexto local e à linguagem.
Graças à experiência que vem sendo adquirida pela Coordenação de elaboração e revisão dos planos de Manejo (COMAN), depois da realização de pelo menos 13 oficinas dentro da nova metodologia, a equipe de facilitadores, conseguiu produzir um documento robusto e consistente com a ajuda dos participantes.
O próximo passo será uma reunião em Brasília em outubro para consolidação do documento, além de reunião para consolidação do zoneamento que acontecerá na Terra Indígena Médio Rio Negro II.
Após estes encontros, os facilitadores trabalharão no documento para devolvê-lo à comunidade para comentários. O processo como um todo representou mais um avanço para a COMAN com relação a nova abordagem que ainda não havia sido testada em UCs com sobreposição a terras indígenas. O ICMBio considerou que a oficina trouxe muitos aprendizados e benefícios para a comunidade local, além de representar uma melhora gestão do parque.