Novos monitores recebem treinamento para automonitoramento da pesca no Amazonas
O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) realizou dois cursos de capacitação para o automonitoramento da pesca na Reserva Extrativista (Resex) Médio Juruá e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, no Amazonas entre os dias 12 e 15 de novembro. Além de uma reciclagem para os monitores formados no ano passado, o encontro treinou 27 novos monitores da biodiversidade nas Unidades de Conservação.
O automonitoramento da pesca consiste em realizar a coleta de informações de forma participativa. “Os comunitários pescam durante sete dias consecutivos e anotam nesse período quais foram as espécies pescadas, qual o peso, o que ficou para eles de alimentação e o que foi vendido. O objetivo é ter uma idéia do que está sendo pescado e também como está a alimentação dessas comunidades. Eles estão comendo ou vendendo tudo o que pescam?”, explica Marcela Albuquerque, consultora do IPÊ que foi uma das organizadoras do curso.
Durante o treinamento também são realizadas aulas práticas para fixação do conhecimento e discussões sobre a importância do monitoramento. Além disso, foram definidos os períodos em que serão feitos os monitoramentos no que vem – eles precisam ser realizados nas épocas de enchente, cheia, vazante e seca, que são diferentes em cada Unidade de Conservação devido às características de cada lugar.
Segundo Fernanda Freda, consultora do IPÊ que também ministrou a capacitação, a recepção das comunidades foi boa: “Entrou bastante gente nova. Os monitores formados passaram para a gente que acharam muito válido fazer essa reciclagem, para tirar dúvidas do que já tinham feito. Já os novos monitores contaram que ao ver seus vizinhos realizarem o automonitoramento, achavam difícil, mas agora com o curso acham mais simples”.
A metodologia foi criada a partir de reuniões com especialistas da área de ictiologia, gestão e manejo. Posteriormente foi testada e, a partir das demandas das comunidades, foi adaptada como uma forma mais baratas e eficientes de monitorar e avaliar o ambiente aquático e as espécies de peixes locais capturadas.
Os cursos fazem parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (MONITORA), Subprograma Aquático Continental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sob a coordenação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM) em parceira com o IPÊ e apoio da PCAB e Fundação Gordon e Betty Moore.