Festa do povo Tenharim fortalece laços sociais e cultura tradicional

A festa na Aldeia Trakwa da Terra Indígena Tenharim Marmelos no sul do Amazonas, reuniu indígenas Tenharim e Jiahui, além de instituições e parceiros da Associação do Povo Indígena Tenharim Morogitá (Apitem). Morogitá também é o nome do projeto da Apitem apoiado pela PCAB com recursos da USAID/Brasil. Como parceiro implementador, o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) coordena e acompanha o financiamento de pequenos projetos criados e submetidos por associações indígenas, como a Apitem, para concretizar os objetivos da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas (PNGATI).

Entre os principais objetivos da PNGATI estão a valorização do uso sustentável de recursos naturais, o fomento a iniciativas produtivas indígenas, a valorização dos conhecimentos tradicionais, a preservação da propriedade intelectual e do patrimônio genético. A festa de cinco dias vai ao encontro destas metas.

O dono da festa, escolhido pela comunidade, assume a organização da festa e convoca os melhores caçadores e pescadores para saírem em expedição. Enquanto os caçadores estão fora, a farinha mandio’y (farinha de mandioca) é produzida e as castanhas coletadas para elaborar o prato principal da festa, carne de anta cozida no leite da castanha. O chefe permite ainda a retirada de banana verde de suas roças, que são depositadas próximas à casa dele para que estejam maduras para a festa. 

Vários grupos de caçadores partem em diferentes direções, geralmente em expedições de barco. Todo a caça é moqueada, ou seja, seca em fogo brando para garantir a conservação. No retorno da caça, os caçadores voltam a se reunir nas proximidades da aldeia onde acontece a festa e chegam à festa todos juntos.  

Quando os caçadores despontam ao longe, os homens que ficaram saúdam os que estão chegando num ritual com os corpos pintados, gritos e tiros para o alto. O organizador da festa, então, começa a cantar e a tocar flauta, andando ao redor das casas.

Enquanto a comida é preparada, os homens dançam em círculos ao som de flautas de bambu (Yreru'a) e acompanhados pela batida do pé direito no chão. No círculo dos dançarinos integram-se as mulheres. A festa auxilia na promoção e transmissão da cultura para os jovens, na formação de lideranças e no fortalecimento das comunidades.