Encontro de pesquisadores do ARCA reforça integração e define estratégias
Dezembro, 2024 (*) – Para promover mais integração entre equipe e, principalmente, aprofundar as estratégias e ações de pesquisa, o Grupo de Trabalho de Ciências do programa Agricultura Regenerativa para a Conservação da Amazônia (ARCA) realizou o primeiro encontro dos pesquisadores das organizações envolvidas na iniciativa. O evento ocorreu no município de Bacabal, a 250 km da capital São Luís, no estado do Maranhão.
Organizado pelo Centro de Pesquisa Florestal Internacional e o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (CIFOR-ICRAF), responsável pela coordenação do ARCA no Brasil, o encontro envolveu o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Instituto Socioambiental (ISA), The Nature Conservancy Brasil (TNC) e Instituto Ouro Verde (IOV). O programa ARCA tem apoio da USAID.
Durante três dias, entre 2 e 4 de dezembro, representantes das organizações debateram questões centrais de pesquisa dos projetos, detalharam ações, trocaram experiências e questionamentos, além de trabalhar abordagens e ferramentas.
O ARCA tem entre seus propósitos possibilitar o desenvolvimento e implantação de inovações; dar escala a Sistemas Agroflorestais Biodiversos, restauração ecológica e manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade a povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares. Segundo o engenheiro ambiental e gerente de Pesquisa no Desenvolvimento do CIFOR-ICRAF, Henrique Marques, o objetivo do grupo de trabalho é compreender como a pesquisa pode gerar impactos positivos.
“A ideia é discutir, analisar, entender e propor mecanismos para melhorar os meios de vida e aprimorar a geração de renda sustentável das famílias. Precisamos de dados e queremos compreender como a abordagem do desenvolvimento se dá no campo. Então, o objetivo do GT é integrar as abordagens que cada instituição promove nos seus territórios de atuação. Cada contexto e situação pede abordagens diferentes. Precisamos dessas diferentes formas de investigação para cada grupo social e os seus contextos biofísicos”, explica Marques.
São cinco as linhas de pesquisa trabalhadas na perspectiva do ARCA:
- Práticas de Soluções Baseadas na Natureza (SbN);
- Governança e Dinâmica Territorial;
- Inclusão de Gênero e Juventude;
- Transição Agroecológica;
- Economia da Sociobiodiversidade.
As diferentes expertises que cada uma das organizações possui são fatores que favorecem a colaboração interdisciplinar e a criação de soluções mais abrangentes e inovadoras para as questões que o GT se propõe a trabalhar. Essa distinção se manifesta nos territórios de atuação direta do programa que são o nordeste e sudeste do Pará; o portal da Amazônia e Alto Xingu, em Mato Grosso; e o Mosaico Gurupi, Médio Mearim e Vale do Itapecuru, no Maranhão. Todos estão localizados na parte leste do Arco do Desmatamento na Amazônia.
A coordenadora do ARCA no Maranhão pelo ISPN, a antropóloga Ana Tereza Ferreira, comenta que a integração entre as diferentes organizações contribui para visualizar cada potencialidade para o desenvolvimento do programa, a partir das linhas de pesquisa que o GT fomenta. “O ISPN tem foco na implementação prática de ações diretas nas comunidades. A integração promovida a partir do diálogo que a gente estabelece como parte do GT traz para a construção do nosso Plano de Ciências mais incremento, é uma tarefa compartilhada e robusta”, declara.
No sentido dessa construção conjunta do Plano de Ciências do ARCA, a responsável pela gestão do programa no ISA, a bióloga Beatriz Moraes Murer ressalta a importância do encontro para a discussão. “A pesquisa é essencial para levantar as informações e fazer as avaliações, mas sempre pensando como implantar isso na rotina do trabalho em campo para transformar socialmente as comunidades.”
A engenheira ambiental e especialista de geoprocessamento na TNC, Thaciane Silva, ressalta que o resultado mais importante do encontro é o alinhamento entre os pesquisadores. “O alinhamento deixou bem claro como podemos aplicar as perguntas de pesquisa no desenvolvimento das nossas atividades e como podemos contribuir junto com as outras organizações. Todos estamos juntos por uma causa e desenvolvemos ações similares, o alinhamento é essencial para melhorar a colaboração”, finaliza.
No último dia do encontro, o grupo de pesquisadores realizou uma visita de campo a uma das Unidades Demonstrativas implementadas pelo ARCA no Maranhão, por meio do ISPN.
(*) Texto produzido por CIFOR-ICRAF e ISPN