Difusão do conhecimento: entendendo a restauração ecológica

Curso mostra desde técnicas de recuperação de áreas degradadas à legislação ambiental

Janeiro, 2024 – Frente à degradação ambiental e à emergência climática, a restauração de ecossistemas é um tema que ganha cada vez mais espaço na agenda socioambiental. A aprendizagem e a troca de saberes é fundamental neste processo para restaurar a natureza em larga escala. Com esse foco, uma parceria entre instituições possibilitou a realização do 1º Curso de Restauração Ecológica para analistas ambientais que atuam em Unidades de Conservação federais. 

Fruto do apoio da USAID, da parceria do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, o curso foi realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Restauração Ecológica (CBC/ICMBio). Agora está disponível no Youtube.

Em sua Estratégia Climática 2022-2030, a USAID já destacou o foco na promoção de ações equitativas e ambiciosas para enfrentar essa crise. Estabeleceu entre suas metas a de apoiar a conservação, restauração ou manejo de 100 milhões de hectares no mundo com benefícios de mitigação das mudanças climáticas, em linha com a Década da Restauração de Ecossistemas das Nações Unidas (entre 2021 e 2030), que “apela à proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo para o benefício das pessoas e da natureza”. 

Por meio do curso, foi possível transmitir conceitos básicos relacionados à restauração ecológica e apresentar procedimentos administrativos a serem seguidos por analistas ambientais para promover a retomada de espécies nativas em áreas degradadas, devolvendo serviços ecossistêmicos. 

Participaram do curso, realizado em dezembro, 48 pessoas entre gestores de Unidades de Conservação de 16 estados e do Distrito Federal, além de colaboradores do Ibama, Ministério do Meio Ambiente, representantes do Serviço Florestal dos Estados Unidos e da Conservação Internacional do Brasil. 

“A experiência no primeiro curso deixou ainda mais claro que a restauração vai muito além do plantio de árvores, exigindo múltiplas parcerias entre governo, academia, setor privado e sociedade civil organizada, além do engajamento das comunidades locais”, conta Carlos Eduardo Ferreira, servidor do ICMBio.

Para Otávio Gadiani Ferrarini, servidor do Departamento de Florestas da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, a articulação entre os órgãos ambientais é fundamental para viabilizar a restauração ecológica. Outros temas abordados incluem a degradação de ecossistemas, técnicas de restauração, incluindo pesquisas científicas, como fazer o manejo de espécies exóticas e invasoras, legislação ambiental, entre outros. “O curso foi muito bom para entender melhor a dinâmica dos projetos na ponta e olhar como isso pode incidir no desenho das políticas de restauração.”

Restauração ecológica – Restaurar é o processo de auxiliar o retorno de um ecossistema que foi perturbado, degradado ou destruído. Envolve o plantio de espécies nativas e a conservação da biodiversidade, mantendo assim os benefícios dos serviços ecossistêmicos.