Corporação Financeira dos EUA e Sofisa assinam empréstimo de US$ 45 milhões

Programa de empréstimos priorizará pequenas e médias empresas da Amazônia

Novembro, 2022 - A Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (DFC) e o Banco Sofisa anunciaram US$ 45 milhões para um programa de empréstimo de cinco anos com foco em pequenas e médias empresas no Brasil. O Banco Sofisa priorizará empréstimos para PMEs que operam na Amazônia com pelo menos 30% dos recursos a serem alocados na região.

A operação conta com o apoio da USAID/Brasil e do BH26, um banco de investimento. James Cashman, diretor de transações globais da Unidade de Transação de Missão na DFC, explica mais sobre o negócio.

Como surgiu a parceria com o Sofisa?
Tínhamos trabalhado com a USAID/Brasil no Amazon Biodiversity Fund  (ABF), que foi a primeira operação da nossa unidade de transação com a Agência, e a segunda é com o banco Sofisa.
A Unidade de Transação de Missão na DFC, que anteriormente era a autoridade de crédito de desenvolvimento da USAID, historicamente só fornecia garantias para parceiros, como o que fizemos com o ABF. Mas, no caso do Sofisa, o banco não buscava garantia. Eles procuravam capital para usá-lo em empréstimos a pequenas e médias empresas com as quais trabalhavam. Portanto, é o primeiro empréstimo que nossa unidade na DFC fez. A USAID/Brasil é uma espécie de liderança no nosso caminho para expansão do portfólio.

Como a Amazônia está sendo priorizada?
Como parte da operação que montamos para eles, o Sofisa concordou em tentar expandir sua carteira para PMEs que trabalham nos estados da Amazônia Legal, e esse é um dos requisitos do nosso contrato de empréstimo.
Esses negócios não precisam necessariamente ser orientados para impacto, mas dentro do nosso acordo temos requisitos e limites específicos para o uso dos recursos. Nossa visão é que, ao atuarem nesses estados com menor acesso ao capital, eles podem ser muito impactantes em termos de geração de empregos e outros benefícios econômicos.
Essa é uma das coisas que acredito que aprenderemos ao trabalhar com o Sofisa: o tipo de empresa que eles, como banco, identificam para atender aos seus critérios. Isso é o que estamos tentando fazer aqui na DFC e a USAID na região.

O acordo com o Banco Sofisa faz parte da Estratégia de Engajamento do Setor Privado da USAID. Por que é importante trabalhar com o setor privado no desenvolvimento?
Temos o mesmo foco na DFC. Todo o trabalho que fazemos deve estar conectado ao setor privado. Não fornecemos nenhum financiamento diretamente aos governos, mas sim por meio do setor privado. E a principal razão para isso é a alavancagem que você obtém operando por meio do setor privado. Há um orçamento limitado para os governos atingirem as metas, quaisquer que sejam elas, ao pensar em temas como desigualdade, questões de pobreza, questões climáticas. Os governos têm um nível finito de recursos e estão tentando alcançar metas de desenvolvimento exclusivamente por meio do setor público, perdendo, assim, grande parte dos recursos e da contribuição que o setor privado pode oferecer para solucionar essas questões.

E qual a importância de trabalhar com parceiros locais?
Os parceiros locais são absolutamente importantes nisso. Temos uma visão limitada sobre quais são os desafios na Amazônia Legal brasileira, por exemplo. É o mesmo acontece para nossos parceiros do setor privado. Um grande banco multinacional terá apenas uma perspectiva limitada de como a economia funciona em um determinado país. Portanto, trabalhar com parceiros locais nos dá toda essa percepção,  expertise e conhecimento local do que é essencial para fazer esses projetos sustentáveis.

Quais são as perspectivas da DFC para o Brasil?
O programa é um grande exemplo da força da nova organização da DFC. Nos dará ferramentas adicionais que poderemos usar quando a garantia não é um instrumento certo, como foi o caso do Sofisa. Mas, mesmo além da Unidade de Transação de Missão, há um amplo interesse por parte da DFC em poder apoiar projetos no Brasil.
E, principalmente, expandir nosso portfólio em áreas relacionadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. Assim, em parceria com a USAID e o restante das equipes no Brasil, acho que continuará sendo uma grande parte de como nosso portfólio cresce no país.
Vou encerrar falando sobre como tem sido maravilhoso trabalhar com a USAID/Brasil. É uma equipe pequena, cobrindo um vasto portfólio e acho que eles foram incrivelmente inovadores ao tentar descobrir como a DFC pode se encaixar no objetivo de conservação da biodiversidade.

Saiba mais sobre a parceria aqui.