Biocosméticos: os produtos que vêm da floresta e promovem mudanças para mulheres
Julho, 2024 – Você já ouviu falar em biocosméticos? São produtos de higiene pessoal e autocuidado, usados para aplicação na face e outras partes do corpo e produzidos com substâncias naturais, como extratos de plantas e materiais orgânicos, não sendo utilizado produtos de origem industrial, como conservantes e silicones.
Além de fortalecer os conhecimentos transmitidos de geração a geração em comunidades tradicionais da Amazônia, a produção de biocosméticos se tornou uma alternativa de geração de renda para as mulheres da floresta. Elas conseguem usar as riquezas naturais sem causar impactos negativos à biodiversidade, respeitando o conhecimento local e a maturação de cada fruto e óleo.
Para ampliar a divulgação desse trabalho e dos produtos, a Associação das Mulheres Extrativistas do Médio Juruá (ASMAMJ) criou uma cartilha que está à disposição de todos. A ASMAMJ é uma organização de base comunitária que luta pela valorização das mulheres e garantias de acesso às políticas públicas, direito e cidadania, fomentando a participação no meio social, político e econômico de suas comunidades e no Território Médio Juruá.
Com sede no município de Carauari (Amazonas), a associação recebe apoio da USAID por meio do Programa Território Médio Juruá. O PTMJ tem também parceria da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e da empresa Natura, sendo coordenado pela Sitawi Finanças do Bem e contando com organizações locais como implementadores, entre elas a ASMAMJ.
Com a criação da ASMAMJ, elas têm ganhado cada vez mais lugar nas atividades econômicas e de tomada de decisão do território. Em março, foi realizada a 11ª Assembleia Geral da organização para celebrar as histórias. “Elas conseguiram seus espaços na sociedade enquanto mulher, pois as reuniões de antigamente quem representava as comunidades eram os homens, enquanto as mulheres ficavam em casa”, relembrou Maria das Neves, da comunidade Novo Horizonte (leia mais aqui).
Atualmente, a ASMAMJ tem 240 associadas que atuam nos pólos de produção, gerando renda individual e para suas famílias. Nesses locais elas trabalham com a produção da extração artesanal da andiroba; produção de biocosméticos, sabonetes, além de biojoias fabricadas utilizando as escamas de peixes manejados da região, principalmente o pirarucu.
A cartilha - A publicação traz informações sobre os produtos fabricados pelas mulheres, como o óleo e o sabonete de andiroba e o creme facial de mulateiro.
Também explica o que as matérias-primas representam e possibilidades de uso, como a copaíba, cujo óleo é amplamente utilizado, no conhecimento tradicional, para fins medicinais, como o “antibiótico da mata”.
Conheça a publicação aqui.