A retomada de uma aliança em prol do desenvolvimento territorial de Maués
Janeiro, 2024 - Refletir sobre aprendizados passados, envolver a comunidade e o coletivo na reconstrução da governança e dialogar sobre os objetivos que a Aliança Guaraná Maués (AGM) busca no presente e no futuro foram temas de um workshop promovido em dezembro no município de Maués, no estado do Amazonas.
A AGM está sendo retomada neste ano em uma parceria entre USAID, Alliance Bioversity CIAT, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e a empresa Ambev, juntamente com organizações e associações locais. Essa nova fase da Aliança tem como implementador o Instituto Terroá, uma organização que apoia e facilita processos participativos para criar soluções integradas, promovendo o desenvolvimento sustentável.
Buscará promover e fomentar ações voltadas ao desenvolvimento territorial e conservação da biodiversidade, incluindo projetos de fortalecimento de organizações locais e envolvimento de produtores de guaraná. Também visa o fortalecimento econômico por meio da cadeia produtiva do guaraná.
Maués fica a 267 quilômetros da capital Manaus. Só é possível chegar até lá de barco – uma viagem que pode levar até 16 horas – ou avião. Com cerca de 61.200 moradores, a cidade é chamada de a “terra do guaraná”, produto que é a base da economia local e gerador de renda para a população.
O nome do município vem da língua tupi, que significa “curioso” e “inteligente”. Maué – ou Mawé – também é o nome de povos indígenas da região: os Sateré-Mawé, conhecidos por serem os precursores do cultivo da planta do guaraná.
O encontro - Participaram do workshop “AGM de Todos Nós” representantes da USAID, PPA, Ambev, associações de comunidades locais e do poder público. A ideia da retomada da aliança é reunir integrantes representativos de todos os stakeholders locais.
“O espírito de retomada da Aliança Guaraná Maués é colaborativo, transparente e com participação de todos. É um processo para que a AGM seja fortalecida e representativa da diversidade de instituições e de interesses locais”, explica Patrícia Benthien, Especialista em Gestão de Projetos da USAID/Brasil.
Para a gerente agronômica da Ambev, Miriam Figueiredo Frota, a AGM é um importante instrumento de desenvolvimento local. “Buscamos uma participação maior da comunidade, que sabe as necessidades e demandas dos moradores da região”.
Neste sentido, Julia Garcia, do Instituto Terroá, destaca a importância da mobilização e do engajamento dos atores locais para a transformação social. “O planejamento estratégico é um processo contínuo, participativo e inclusivo. Por isso, estamos fazendo escutas nas comunidades locais, incluindo indígenas, mesmo as mais remotas, e mobilizando as lideranças para o próximo evento, previsto para março. E, principalmente, estamos ouvindo os moradores de que forma a comunidade pode contribuir para a governança da aliança.”
O fruto – O guaraná é um cipó que na forma selvagem sobe nas árvores e quando cultivado em áreas abertas cresce como um arbusto. Os frutos crescem em cachos e têm uma casca vermelha, que abre quando estão maduros deixando expostas a polpa branca e a semente preta. Essa sua forma característica parece com um olho humano.
As sementes torradas contém guaranina, um estimulante parecido com a cafeína. Já o consumo de guaraná em pó contribui para a melhora da concentração, alivia dores de cabeça e ajuda a controlar níveis de colesterol, por exemplo.