Pesquisa mapeia cultura e língua originária de povos indígenas de Pauiní

A Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamadi (Opiaj) coordenou uma  pesquisa para avaliar a situação da língua Maipure-Aruak falada no Médio Purus, no Amazonas. O modo tradicional de vida Apurinã está ameaçado devido a pressões de desmatamento causado por construção e asfaltamento de rodovias. Por conta disso, há preocupação com a preservação da cultura e língua originária dos povos indígenas de Pauiní, que vivem na região.

O levantamento foi feito nas aldeias de Jagunço II, Xamakirí, Boa União, Vera Cruz, Nova Floresta, Cachoeira, Karuá, Bom Jesus, Penedo, Kakuri, São Jerônimo, Kamarapu, Atuktxi e Mipiri, classificadas entre as “quase não falam”, “falam pouco” e “falam bastante” e a população de cada comunidade.

Para realizar a pesquisa, foram montadas duas equipe, com um total de 12 participantes, entre estudantes, professores e coordenadores da organização. Jovens da comunidade foram treinados em métodos participativos para realizar o diagnóstico.

“O primeiro ponto importante dessa atividade com os jovens foi a formação e orientação sobre o que é ser pesquisador. O segundo foi exercitar com as aldeias uma reflexão sobre a situação da língua materna, sensibilizando-os a partir da imagem de um mapa construído com os jovens”. disse Wallace Apurinã, coordenador-executivo da Opiaj. “Como resultado, os pesquisadores e aldeias onde o trabalho foi realizado perceberam que é urgente e necessário fazer um trabalho de revitalização cultural”, completou.

A equipe contou com um professor indígena, que participará da criação da política educacional e linguística indígena de Pauini. O documento  complementará o trabalho que as organizações vêm realizando na região, para atender as reivindicações das populações indígenas no que toca a preservação da sua cultura.

A atividade é parte de um projeto elaborado e gerido pela própria associação indígena no âmbito do Projeto Nossa Terra: Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas do Sul do Amazonas. O projeto é implementado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) com apoio da PCAB, em parceria com as principais organizações indígenas do Sul do Amazonas, com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

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