USAID reúne parceiros para troca de experiências

Participantes traçam avanços e desafios de projetos de conservação da biodiversidade na Amazônia

Agosto, 2022 - Mais de 100 parceiros da USAID/Brasil se reuniram durante dois dias (17 e 18 de agosto) para trocar experiências, discutir esforços pela conservação da Amazônia e formas de fortalecer a atuação de comunidades tradicionais, como indígenas e ribeirinhos, na preservação de suas culturas e da floresta.

O Encontro de Parceiros da PCAB foi realizado em Brasília após quatro anos do último evento. Além da participação de representantes da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, contou com comunidades tradicionais, organizações locais de vários Estados da Amazônia Legal, sociedade civil, governos e setor privado. A USAID/Peru e a Alliance Bioversity International/CIAT também estiveram presentes.  

"É necessária a urgência nas ações, com foco e atenção nas mudanças climáticas, uma prioridade global e para o Brasil.  Precisamos encontrar soluções visando o desenvolvimento sustentável. Isso será feito por meio de parcerias que envolvam o setor privado, governos, comunidade, povos indígenas, instituições, entre outros. A prioridade é unir recursos, ideias, paixões para que encontremos soluções inovadoras. Na USAID/Brasil acreditamos nisso: os resultados de sucesso vêm da parceria, dos compromissos e dos esforços conjuntos", resumiu Catherine Hamlin, diretora do Programa de Meio Ambiente da USAID/Brasil.

Durante o evento, houve a divulgação da notificação de financiamento no âmbito da Parceria para Conservação da Biodiversidade na Amazônia (PCAB), com recursos de US$ 36 milhões. A chamada está aberta até o dia 18 de novembro. Os parceiros conheceram mais detalhes sobre o edital e tiraram suas dúvidas durante painel com a participação de representantes da USAID ROAA – Mike Junge, Oficial de Acordos Regionais, e Cecilia Yañez, da Supervisão de Aquisição e Assistência (mais informações aqui)

Painéis – No primeiro dia do evento, a abertura teve a participação do Encarregado de Negócios dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, que lembrou da parceria de muitos anos entre os dois países. O diretor da USAID/Brasil, Ted Gehr, reafirmou em vídeo o compromisso da Agência em investir em projetos de conservação da biodiversidade, assegurando desenvolvimento econômico e social sustentável e igualitário.

O coordenador de Cooperação Técnica e Parceria com Países Desenvolvidos Yuri de Souza, que representou o embaixador Rui Pereira, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), destacou a cooperação entre os dois países, citando a busca constante do diálogo e envolvimento de vários atores nos projetos. 

Os líderes indígenas Arlete Krikati e Jonas Gavião, da Associação Wyty Catë, fizeram um canto tradicional do povo Timbira na língua indígena, falando da beleza e da transformação das borboletas.

Áreas protegidas - Com a moderação de Jayleen Vera, coordenadora do programa Brasil do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), o primeiro painel do evento apresentou um panorama das ações estruturantes em áreas protegidas. 

Os representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) João Paulo Morita e João da Mata compartilharam dados dos programas de manejo e combate a incêndios em áreas de conservação e dos cursos de formação de brigadistas realizados anualmente para moradores locais.  Mata  destacou a importância de capacitar os atores locais, engajando-os em cadeias de valor sustentáveis e oferecendo treinamento a lideranças e moradores. 

Pedro Constantino, do Serviço Florestal dos Estados Unidos, apresentou resultados do Projeto Cadeias de Valor Sustentáveis, que, somente em 2021, capacitou 71 organizações de base comunitária que lideram negócios sustentáveis na Amazônia e beneficiou economicamente mais de 36 mil pessoas com as atividades de manejo. 

O projeto nasceu de um acordo de cooperação internacional entre a USAID e o governo brasileiro e é apoiado, financiado e orientado por diversos atores, incluindo o USFS, o ICMBio e o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), além de oito organizações não-governamentais que atuam em parcerias nas quatro cadeias selecionadas: pirarucu, açaí, castanha e madeira (conheça mais aqui). 

Entre os desafios que o projeto ainda enfrenta, Constantino destacou a necessidade de investimento contínuo para a formação e capacitação dos integrantes das cadeias e do manejo, fator importante para que as famílias gerem produtos de melhor qualidade e com mais geração de renda.

O painel que tratou da conservação em Territórios Indígenas foi moderado pela coordenadora executiva do IEB, Andréia Bavaresco.

Parcerias com o setor privado - Outros dois painéis apresentaram as parcerias para o desenvolvimento territorial e os negócios de impacto que vêm sendo desenvolvidos na Amazônia visando fortalecer a economia da floresta. 

O secretário-executivo da Plataforma Parceiros pela Amazônia, Augusto Corrêa, detalhou o atual portfólio da PPA, que inclui, por exemplo, projetos desenvolvidos juntamente com SITAWI, Instituto Juriti Sustentável (IJUS), Forest Trends e o Fundo de Sustentabilidade Hydro. Cada um apresentou resultados obtidos em suas áreas.

No painel “Negócios de Impacto e a Economia da Floresta”, os principais pontos discutidos foram como superar desafios logísticos e incorporar características da região no desenvolvimento de projetos da economia verde. “Precisamos Amazonizar mais o Brasil. Os mercados ainda não incorporam o impacto na demanda e o custo da conservação da biodiversidade no preço final do produto”, afirmou Marcelo Cwerner, gerente de portfólio da NESsT.

Para Bruno Girardi, da SITAWI, é preciso olhar para o impacto social promovido por investimentos nas organizações locais, que precisam de olhar diferenciado. “Estamos promovendo mudanças culturais. É preciso entender que esses investimentos são diferenciados”, disse. 

Veja galeria de fotos do encontro no Flickr da PCAB.