Parceria une PPA, USAID, Alcoa e instituição local para consolidar agenda sustentável em município paraense

Objetivo é elaborar plano de fortalecimento institucional e ajudar a construir uma Agenda Juruti 2030

O Instituto Juruti Sustentável (IJUS), criado há pouco mais de uma década, vai passar nos próximos meses por um processo de aprimoramento e fortalecimento institucional para ajudar a liderar a construção de uma Agenda 2030 voltada ao município paraense e seu entorno. Com cerca de 58 mil habitantes, Juruti fica na mesorregião do Baixo Amazonas e sua economia tem base na exploração de bauxita, na agricultura familiar e na pecuária.

A PPA (Plataforma Parceiros pela Amazônia), USAID/Brasil e CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical) têm trabalhado junto com Alcoa e IJUS e buscam apoiar o fortalecimento do trabalho do instituto.

Um dos passos dessa ação conjunta ocorreu no início de março (entre os dias 2 e 6), quando um grupo de representantes dessas instituições visitou Juruti para conhecer as ações desenvolvidas no local. “O convite feito pelo IJUS e Alcoa, que são membros da PPA, foi muito importante porque esse município realmente está servindo como exemplo a ser replicado”, afirmou Anna Toness, diretora de Meio Ambiente da USAID no Brasil, durante audiência realizada em março na Câmara Municipal de Juruti.

Para Fábio Abdala, gerente de sustentabilidade da Alcoa, o IJUS tem legitimidade de propor para sociedade, Estado e empresas uma agenda sustentável para 2030. "Estamos vendo que é preciso fazer um aprimoramento institucional do IJUS, da sua própria visão como instituição, como lugar de monitoramento e de aprendizagem, e como instrumento financeiro. Vamos dar um passo com a USAID no sentido de fortalecer o instituto para ser essa ferramenta que propõe a Agenda 2030”, completou.

Operando a mina de bauxita no município paraense desde 2009, a Alcoa implementou o projeto Juruti Sustentável e, desde então, vem desenvolvendo projetos para ajudar a melhorar a sustentabilidade da região.

Futuro — Representante do CIAT, Denyse Mello, que participou da visita, disse que os próximos passos são validar um termo de referência, contratar uma consultoria para desenvolver a Teoria de Mudança e apoiar na elaboração no planejamento estratégico, que trará planos e metas. “Pensamos em paralisar por causa da pandemia do coronavírus, mas vimos que neste momento poderíamos aproveitar para elaborar um bom termo de referência, estabelecendo as expectativas de cada um”, afirmou ela. Por enquanto, os trabalhos de campo do IJUS estão suspensos pelo menos até junho em decorrência da Covid-19, que levou muitos municípios brasileiros ao isolamento social para tentar conter a contaminação pelo novo coronavírus.

A previsão é de que o processo de seleção da consultoria seja lançado no início de maio. “Sempre agimos com base em dados e análises de nosso território. Agora chegou o momento de um avançar de forma mais concreta”, disse Idaliana Albuquerque, presidente do IJUS, durante a visita ao município.

A criação do instituto - O Estado do Pará detém quase 75% das reservas de bauxita do Brasil. Minas Gerais vem na sequência, com 16%, e o restante fica distribuído por outros sete Estados. Somente a mina de Juruti, cujas operações começaram em 2009, possui uma reserva potencial de bauxita de 700 milhões de toneladas métricas. Sua taxa operacional é de 7,5 milhões de toneladas de minério de alta qualidade por ano.

Nesse contexto de operações da mina no município é que foi criado o IJUS, recentemente certificado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). O instituto tem por premissa a promoção de um espaço público permanente de diálogo, debate de alinhamento de ações coletivas entre associados e sociedade. Sua atuação é estruturada no Conselho Juruti Sustentável, que discute estratégias para o desenvolvimento local, e no Fundo Juruti Sustentável, instrumento financeiro para realizar investimentos.