Professores do entorno do Parque Nacional de Anavilhanas criam projetos para envolvimento de jovens em educação ambiental

Duas especialistas do Serviço Florestal Americano ministraram uma oficina para 33 professores, funcionários da Secretaria de Meio Ambiente e influenciadores de ONGs sobre educação ambiental para estimular o envolvimento de jovens no desenvolvimento socioambiental do Mosaico de Áreas Protegidas de Anavilhanas.

O curso de dois dias aconteceu na primeira semana de novembro. Alguns dos professores viajaram por muitas horas em voadeiras para chegar em Novo Airão, cidade que margeia o Parque Nacional de Anavilhanas, formado por várias ilhas no rio Negro.

Leslie Swada, Diretora de Visitação do Southeast Alaska Discovery Center, vive e trabalha no maior Parque Nacional dos Estados Unidos: Tongass National Park. E aproveitou para compartilhar sua experiência em viver e trabalhar numa área remota de Floresta, onde o meio de transporte mais comum é o barco e onde é necessário ter criatividade para engajar os jovens no tema da conservação. Os alunos que vivem na maior Floresta tropical do mundo ficaram surpresos ao descobrir dificuldades similares em alguém que trabalha tão longe, mas capaz de compreender sua forma de viver.   

Algumas técnicas de engajamento usadas pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos foram apresentadas. Entre elas, o ícone nacional que é o urso Smokey, que há 70 anos espalha sua mensagem de prevenção de incêndios florestais. Os funcionários do Serviço Florestal Americano têm Liberdade para criar ícones locais, como é o caso do salmão, no Alaska. E os professores foram encorajados a pensar em formas alternativas de envolver crianças e jovens usando espécies animais locais conhecidas.

Um exemplo divertido foi usar a imaginação para criar fantasias com objetivos do dia-a-dia para criar um animal ícone. Para ilustrar, uma professora corajosa foi fantasiada de castor durante o curso.  

Foto: Bruno Kelly/ USAID

Após serem expostos a diferentes materiais usados pelo Serviço Florestal para ampliar a valorização do meio ambiente pelos jovens, os professores que viraram estudantes foram divididos em grupos para utilizarem o seu conhecimento local e a sua criatividade para criarem projetos divertidos ligados aos temas trazidos por eles ao curso: como lixo e reciclagem. Os dois mais votados o receberão apoio da PCAB – e com sorte também de negócios locais para serem colocados em prática no ano que vem: um jogo com desafios que exigem conhecimento e aprendizado locais, com níveis de dificuldade diferentes para acomodar grupos de idades diferentes; e um parque infantil feito de materiais reciclados.   

O Parque Nacional de Anavilhanas é um sítio demonstrativo da PCAB voltado para planejamento, gestão e pesquisa, que reúne, além do ICMBio – cuja equipe local participou ativamente do curso - e o Serviço Florestal Americano, conta com o apoio de universidade americanas, como a Colorado State University. O Diretor do Centro de Gerenciamento de Áreas Protegidas da Universidade, Ryan Finchum, foi um dos principais organizadores do curso e participou ativamente do treinamento de dois anos, em módulos, de pilotos de lanchas ligados a uma associação local. que levam turistas para passeios no Mosaico.

Uma visita técnica antes do workshop, liderada por um dos pilotos treinados, levou a equipe que participou do curso para um passeio no Parque de Anavilhanas, para que as duas especialistas pudessem entender melhor a realidade de quem vive na área de influência do parque, formado por um grande arquipélago de ilhas fluviais no rio Negro.   

“Vou voltar para os Estados Unidos com uma nova compreensão sobre como a educação ambiental pode e deve ser incorporada nos currículos e nas comunidades. O benefício é mútuo. Trazemos nossa experiência e levamos de volta muitas informações valiosas que aprendemos aqui, para aplicar em nosso trabalho”, resumiu Galla Miller, Especialista em Engajamento Comunitário do Serviço Florestal dos Estados Unidos, que atualmente trabalha no estado de Washington.