Projeto UNI é lançado na conferência SXSW nos Estados Unidos
O Projeto UNI foi pensado para criar um ambiente digital onde se pudesse conectar os povos da Amazônia entre si e o mundo. O objetivo é dar voz aos habitantes da floresta fortalecendo e ajudando-os a preservá-la. A primeira fase foi realizada através da parceria entre a produtora O2 Filmes, seu fundador ,Fernando Meirelles, e a Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM).
O lançamento aconteceu em 9 de março de 2019, durante uma palestra na South by Southwest (SXSW), uma das principais conferências de cultura de inovação do mundo. Claudinete Colé, primeira mulher a coordenar a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO), os cineastas Fernando Meirelles e André D’Elia e o diretor-executivo da ECAM, Vasco Roosmalem, participaram do evento.
“A Amazônia é a minha casa, Amazônia é a minha vida. Ela está no meu sangue, está no meu coração. Eu peço a união e a colaboração de todos vocês. Que nos ajudem e nos apoiem nessa causa, em prol de todos os que vivem lá”, disse Claudinete no encerramento de sua apresentação.
Primeira mulher a dirigir a ARQMO, Colé nasceu em Boa Vista, uma comunidade de 280 famílias às margens do rio Trombetas, próxima à cidade de Porto Trombetas - fundada nos anos 70 para alojar trabalhadores de uma das maiores minas de bauxita do mundo. Há dois anos, Claudinete tornou-se a primeira mulher eleita pela ARQMO, sonhando em melhorar a qualidade de vida para quilombolas na Amazônia.
O projeto já está em andamento e durante o mês de julho de 2018 equipes da O2 e da ECAM, em parceria com a ARQMO, organizaram oficinas em Cachoeira da Porteira, Ariramba e Jauary, no Pará, sobre o uso de ferramentas digitais, como o Instagram. As comunidades criaram suas páginas no Instagram, que podem ser seguidas: @maecachoeira, @quilombo_erepecuru e @quilomboariramba.
Um aspecto particular deste projeto é que o documentário não é sobre as comunidades, mas criado por elas. Os quilombolas selecionaram as imagens que seriam usadas e o texto passou por um processo de aprovação bastante extenso. Isto garantiu que tragam suas próprias vozes ao mundo, com a mensagem que querem transmitir, não necessariamente o que os documentaristas queriam ressaltar.
Conheça mais sobre o projeto em: uniamazonia.co