Capacitação ajuda comunicadores indígenas a atuar nos territórios
Fevereiro, 2023 - Cada vez mais, a comunicação, principalmente nos meios digitais, tem se transformado em uma ferramenta essencial no trabalho de proteção territorial dos povos indígenas da Amazônia.
Visando fortalecer esse instrumento, um grupo de 40 jovens indígenas participou da etapa presencial do curso de formação de comunicação no Centro Timbira de Ensino e Pesquisa - Pënxwyj Hëmpejxà, no Maranhão. Eles estão representando 12 Terras Indígenas (TIs) do Maranhão e do norte do Tocantins dos povos Guajajara, Gavião, Tembé, Ka’apor, Memortumré-Kanela e Apanjekrá-Kanela, Krikati, Krahô e Apinajé.
“É importante para nós jovens. É um instrumento para filmar nossas áreas, nossa cultura e, assim, transmitir informações para os não indígenas. Isso é o importante do curso que eu estou levando para minha comunidade”, afirma Silvia Pahkim Krahô, da TI Kraolândia, no Tocantins.
Silvia conta que as gravações podem ser usadas para denunciar invasores, registrar práticas culturais para que não sejam perdidas e mostrar a importância do trabalho de proteção realizado pelos indígenas. Com esse objetivo, uma das atividades do projeto Gestão Ambiental e Territorial Integrada de Terras Indígenas na Amazônia Oriental é a capacitação em técnicas de filmagem para apoiar as comunidades.
O curso é conduzido pela produtora Idade da Pedra e tem duração de quatro meses. Além de aulas presenciais, conta com módulos à distância.
Os temas incluem fotografia digital, produção de cards, de textos e de conteúdo audiovisual para redes sociais. O primeiro módulo abordou a importância dos comunicadores indígenas para os processos de gestão ambiental e territorial. Os 40 participantes receberam celulares e gimbals (equipamento estabilizador de imagens) para apoiar nos processos de comunicação.
“É importante o jovem comunicador saber manusear bem esses equipamentos para mostrar um trabalho de qualidade e somar na luta com as nossas lideranças. Com as imagens de qualidade, podemos repassar aquilo que a gente está sentindo ou o que a gente está vivendo” conta Patrícia da Silva Guajajara, da TI Araribóia.
“Queremos aprender a usar essas ferramentas para defender nosso território, mostrar o que acontece na nossa região”, completa Bebeto Ahkoxet Kanela, da TI Porquinhos.
A formação é uma realização das organizações indígenas Coapima (Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão), Associação Indígena Timbira Wyty-Catë , Amima (Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão), em parceria com o CTI (Centro de Trabalho Indigenista) e o ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza), com o apoio da USAID/Brasil no âmbito do projeto “Gestão Ambiental e Territorial Integrada de Terras Indígenas na Amazônia Oriental”.
Acompanhe as novidades do projeto nas redes sociais da PCAB e do CTI.